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Rede Asbraer fortalece crescimento da produção de mel no Brasil


País se consolida como um dos maiores produtores de mel do mundo; 82% dos apicultores são produtores familiares e contam com o apoio da Ater Pública e das OEPAs


27/03/2025 | Assessoria de Comunicação - Asbraer | Ana Karoliny Barros


Apicultura no Brasil

O mel é uma alternativa nutritiva ao açúcar refinado e um aliado no cuidado do sistema imunológico. No Brasil, a produção vem se destacando mais a cada ano no mercado nacional e internacional. O sucesso deste sabor adocicado e natural é resultado de um trabalho que envolve muitas mãos: apicultores, meliponicultores, extensionistas, pesquisadores e, é claro, as abelhas.


Segundo dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023, o Brasil produziu 64,2 mil toneladas de mel, consolidando-se entre os maiores produtores do mundo. Esse foi o valor mais alto já registrado na série histórica da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM).

Foto: Ascom/Emater-DF


No coração do desenvolvimento desta cadeia estão os produtores familiares. Existem no Brasil mais de 100 mil apicultores, dos quais 82% trabalham em um contexto familiar, de acordo com o IBGE. Só em Minas Gerais, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG) contabiliza que, das 7 mil toneladas de mel produzidas anualmente no estado, 80% vêm da agricultura familiar. 


Para garantir a qualidade e a sustentabilidade da produção do mel e do própolis, a Emater está sempre levando assistência técnica gratuita aos mais de 4.800 apicultores em todo o estado.


ABELHA E SOJA, JUNTAS, DÁ CERTO?


No município de Floresta, localizado na região noroeste do Paraná, a família Jung também colhe as vantagens da criação de abelhas na produção familiar. Desta vez, unindo mel e grãos.


“Começamos a perceber que colhíamos bastante mel na época da florada da soja. Notamos que na beirada dos apiários a produção de soja era maior. A gente sentia que a colheitadeira ficava mais pesada”

— Lígia Jung, produtora e agrônoma

Foto: Ascom/IDR-Paraná


O convívio entre a apicultura e o cultivo de grãos é uma tradição no sítio Roda d’Água. Desde a década de 90, com as orientações do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR) para um manejo adequado, as abelhas são aliadas dos produtores no cultivo da soja. A prática mostra e a pesquisa comprova que a condução apropriada das duas produções traz benefícios ambientais, como a redução da emissão dos gases de efeito estufa, e econômicos, com uma produtividade maior na mesma área, sem a necessidade de gastar mais.


“As vagens que normalmente produzem três grãos de soja, com as abelhas passam a ter quatro ou cinco grãos, com isso há um incremento médio na produtividade em torno de 13%”, afirma Eduardo Mazzucchelli, coordenador regional de Lavouras do IDR-Paraná, de Maringá. Atualmente, as colmeias produzem 2.000 quilos de mel que representam 20% da renda do sítio.

Foto: Ascom/IDR-Paraná


Os extensionistas e pesquisadores do IDR-Paraná são essenciais neste trabalho, já que manter colmeias em uma área com soja nem sempre é fácil. O IDR trabalha para que os agricultores e apicultores sigam boas práticas, realizando um manejo integrado de pragas da soja, evitando o uso de agrotóxicos prejudiciais às abelhas e às produções de mel e soja.


"NÃO TEM FRUTO XOXO"


Em Sergipe, a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) também consegue mostrar ao produtor que a criação de abelhas não é um negócio isolado, mas pode fazer parte de um sistema produtivo maior e mais eficiente. Em Malhador, no agreste sergipano, o produtor rural Eloi Francisco integra a produção de mel com a agricultura familiar irrigada e a silvicultura. Com a irrigação, proporcionada pela Coderse, a produção acontece o ano inteiro, aumentando o tempo de floração e a oferta de mel nas colmeias.


Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Coderse, Júlio Leite, “Eloi trabalha sozinho em seu lote, mas as suas abelhas, por si só, criam uma espécie de parceria com os lotes vizinhos, ao extrair sua matéria-prima das plantações e contribuírem com a polinização dessas mesmas plantas, favorecendo a produção”. Eloi produz entre 400 e 600 litros de mel por ano.

Foto: Ascom/Coderse


“[...] o coqueiro é um grande fornecedor de pólen para as abelhas, para a composição da geleia real, que alimenta a rainha. O Jacarecica II é muito rico! Com a polinização das abelhas, não tem fruto xoxo nem ‘pêca’ [fruta ressecada pelo sol]”

— Eloi Francisco


Tanto no Paraná quanto em Sergipe, a Ater Pública e as Organizações Estaduais de Pesquisa Agropecuária (OEPAs) promovem um ciclo de sustentabilidade por meio de técnicas agroecológicas, integrando sistemas produtivos, aliando cultivos distintos para garantir renda ao produtor familiar, agregar valor ao produto final e preservar a biodiversidade e o meio ambiente.

Eloi produz milho, banana, coco, cana e planta árvores nativas ou exóticas | Foto: Ascom/Coderse


ADOÇANDO O BRASIL E O MUNDO


Essas histórias se repetem por todo o país e fazem o mel brasileiro chegar à mesa do consumidor com qualidade, segurança e rastreabilidade. O Piauí acompanha a onda de crescimento da produção no Nordeste e é o segundo maior produtor de mel do país, representando 13,8% do total produzido (IBGE, 2023).


Para manter esse desenvolvimento, a Secretaria da Assistência e Defesa Agropecuária (Sada), associada piauiense da Asbraer, acompanha e capacita os apicultores desde a implantação da colmeia até a comercialização e beneficiamento do mel e derivados, incentivando também a preservação das floradas.


O resultado deste estímulo é notório: grande parte do mel produzido no estado é exportada para mercados exigentes como a Europa e os Estados Unidos; e mais recentemente, o mel de abelhas sem ferrão da Associação de Meliponicultores de Bela Vista do Piauí (AMBV) alcançou o segundo lugar no 8º Concurso Nacional de Méis Nativos, fortalecendo a produção local e abrindo novas oportunidades para os produtores.


MAIS PRESERVAÇÃO, MAIS PRODUÇÃO


A produção de mel no Brasil é um exemplo concreto de como a Ater Pública aliada às OEPAs e à produção familiar, pode gerar efeitos positivos na economia brasileira e na conservação dos recursos naturais. 


​Fotos: Lúcio Bernardo Jr./ Agência Brasília


“Todo criador de abelhas é um preservacionista, pois precisa manter as nascentes e florestas que alimentam as abelhas”

— Carlos Morais, extensionista rural da Emater-DF


No Distrito Federal, para contribuir com a conservação das espécies nativas de abelhas sem ferrão, foi publicada a Lei 7.311, de 27 de julho de 2023, que disciplina o manejo sustentável destas abelhas, abrangendo o resgate, captura, criação, reprodução, exposição, comércio e transporte.

Extensionista da Emater-DF capacitando meliponicultores | Foto: Ascom/Emater-DF.


Para Morais, “a regulamentação diminui o risco de extinção das espécies criadas, seja por hobby, preservação ou para fins econômicos ou zootécnicos dessa atividade, que é praticada há séculos por populações tradicionais”.


A Rede Asbraer, composta por 30 instituições estatais de Ater e Pesquisa Agropecuária, oferece capacitações e acompanhamento aos apicultores e meliponicultores. Além do manejo adequado, os cursos envolvem apresentar a importância biológica e econômica das abelhas. A melhor forma de produzir é promover a harmonia com o meio ambiente.


DESTAQUES

Emater-RS: Agroindústrias familiares de Machadinho recebem capacitação em Boas Práticas de Fabricação

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