Emater/RS-Ascar promove oficina de Fermentação Natural para qualificar extensionistas

O encontro ocorre durante o dia todo, na sede da Instituição, em Porto Alegre​

12/12/2025 | Assessoria de comunicação - Emater/RS

Reprodução - Emater/RS

A construção de hábitos alimentares mais saudáveis começa pelo compartilhamento de saberes. É com essa proposta que a Emater/RS-Ascar realiza, nesta quinta-feira (11/12), a oficina de Fermentação Natural, uma atividade que busca fortalecer práticas sustentáveis e ampliar a autonomia das famílias. O encontro ocorre durante o dia todo, na sede da Instituição, em Porto Alegre.

​A oficina busca capacitar extensionistas rurais em técnicas naturais de conservação de alimentos e ampliar o debate sobre práticas que promovam saúde e qualidade de vida nas famílias acompanhadas pela Emater/RS-Ascar. A atividade é conduzida pela nutricionista Cledir Mota, dedicada à alimentação integral, educação alimentar e culinária funcional. Filha de agricultores, redirecionou sua carreira após desafios de saúde, encontrando na alimentação natural um caminho de transformação pessoal e profissional. Atualmente, é mestranda em Fisiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e referência regional em práticas culinárias saudáveis.

​Ao explicar a importância do consumo cotidiano e equilibrado de alimentos fermentados, a instrutora comparou esse hábito ao uso do fermento no preparo de pães, ressaltando o impacto positivo mesmo em pequenas quantidades. "Os fermentados são alimentos riquíssimos e não precisam ser consumidos em grande quantidade. Eles são como o fermento no pão, se não tiver, o pão não cresce, e se tiver demais, também é ruim. Então, sempre um pouquinho, todos os dias", explica Cledir.

​Durante a oficina, ela também destacou que a fermentação é uma técnica ancestral presente nas práticas alimentares de diversos povos ao longo da história. "O método de fermentação natural de vegetais e proteínas é algo que vem de longa data. Os povos antigos sempre fermentaram, sempre usaram para conservar os alimentos. A fermentação é um tipo de conservação também", conta a nutricionista.

​O encontro reúne extensionistas de diferentes microrregiões, entre elas Litoral, Sinos e Centro-Sul. A programação inclui o preparo de conservas fermentadas utilizando ingredientes como repolho, nabo, cenoura, beterraba, gengibre e temperos naturais. Além das demonstrações práticas, o grupo discute conceitos fundamentais sobre fermentação, microbiota, conservação de alimentos e aplicações no trabalho junto às famílias atendidas.

​A oficina nasceu a partir de uma demanda identificada no 17º Encontro de Clubes de Mães e Grupos de Mulheres, em Capão da Canoa, reforçando como a escuta qualificada orienta as ações da Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters). "As extensionistas solicitaram, a partir da demanda dessas mulheres rurais, que trouxéssemos para a sede da Emater uma oficina de fermentação natural, a fim de levar o conhecimento e divulgar essa prática com as agricultoras nos municípios", observa a extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Fernanda Gilli.

​A importância da multiplicação do conhecimento e do fortalecimento das práticas de saúde e alimentação entre as mulheres rurais é o objetivo da iniciativa. "Nossa intenção é que essas oficinas aconteçam nos municípios, permitindo que as mulheres aperfeiçoem o uso dos produtos, das raízes, das folhas, de todas as partes das plantas, e que a fermentação se torne também uma forma de promover saúde para as mulheres rurais", avalia.

​A iniciativa orienta ainda sobre o uso de equipamentos específicos que facilitam o processo de fermentação, como pesos e tampas apropriadas para vedação. Com uma proposta formativa e prática, a oficina de Fermentação Natural tem o compromisso da Emater/RS-Ascar em compartilhar conhecimentos que fortalecem sistemas alimentares mais saudáveis, sustentáveis e acessíveis, ampliando a autonomia das famílias e comunidades gaúchas.​