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Epagri avalia cultivares de aipim para incrementar produção na região de Curitibanos
Variedades de aipim desenvolvidas pela Epagri foram cultivas em propriedade local
23/05/2025 | Assessoria de Comunicação - Epagri
Foto - Reprodução Epagri
A produtividade e qualidade de uma planta alimentícia são fundamentais para garantir uma boa renda na agricultura familiar. No caso do aipim, essas características podem fazer a diferença para as 60 mil propriedades que produzem a hortaliça no território catarinense.
Com base nessa premissa, a Epagri se empenha em avaliar os cultivares de aipim disponíveis para cultivo, a fim de verificar quais os mais adaptados às diferentes regiões do Estado. Foi o que aconteceu no dia 13 de maio, quando foram reunidas 27 pessoas em Curitibanos para uma demonstração e avaliação de variedades de aipim desenvolvidas pela Epagri. Participaram técnicos e produtores rurais de Curitibanos, Frei Rogério e Brunópolis.
O evento aconteceu na Unidade de Referência Técnica (URT) implantada pela Epagri na propriedade do casal Nildo e Solange, na Comunidade do Cerro Alegre. URTs são propriedades selecionadas pela Epagri para implantação de tecnologia e que depois servirão de exemplo para outras famílias agricultoras.
Seis variedades avaliadas
Na demonstração foram avaliadas seis variedades. A SCS 260 Uirapuru foi a mais produtiva, com 25 toneladas por hectare (t/ha). Em seguida aparece a SCS 262 Sempre Pronto, que apresentou produtividade de 22t/ha. Os cultivares SCS 263 Guapo e Estação renderam 18t/ha, seguidos do SCS 258 Peticinho, que rendeu 13t/ha. A variedade SCS 261 Ajubá teve baixa produtividade, de 6t/ha, decorrente de problemas nas mudas. Em três anos de acompanhamento das variedades na região, os materiais sempre se mostraram com boa sanidade e bom desenvolvimento.
Juliana Golin Krammes, extensionista da Epagri que organizou o evento, explica que, além de mostrar o potencial produtivo dos materiais na região de Curitibanos, o evento avaliou o cozimento das raízes, o que, segundo ela, é uma importante característica para a comercialização da produção. Para essa avaliação, foram testadas raízes das plantas com oito meses e com dois anos de idade. O tempo de cozimento das raízes mais novas variou entre 10 e 15 minutos. Já das raízes de dois anos, foi de 30 minutos para mais. Na avaliação de degustação, as raízes mais novas apresentaram melhor sabor e maciez.
Idades das plantas impacta valor comercial
“É um costume aqui da região os produtores colherem o aipim com um e com dois anos de idade das plantas. Ou seja, deixar parte da produção para ser colhida após um rebrote das plantas”, explica a extensionista. “Por isso, foi feita a comparação na produtividade com base na idade das plantas”, detalha. O experimento concluiu que, embora a produtividade aumente pelo engrossamento das raízes de aipim de dois ciclos, essa elevação não justifica comercialmente a prática, porque diminui a qualidade das raízes. O custo gerado pelo uso da terra por esse tempo é outro impedimento na prática, segundo Juliana.

Durante o evento, a extensionista da Epagri falou sobre a implantação da URT, fertilidade e preparo do solo. Em seguida, o pesquisador da Epagri de Urussanga, Eduardo da Costa Nunes, apresentou as características das variedades e o manejo da cultura aipim.
De acordo com Juliana, a maioria dos aipins plantados nas propriedades locais é formada por variedades desconhecidas. “É importante o produtor conhecer o material que multiplica na propriedade de acordo com suas características e fazer os testes de cozimento antes de comercializar as raízes, para garantir que o consumidor sempre compre um produto de rápido cozimento, não fibroso e macio”, aconselha.
O aipim, ou mandioca de mesa, é cultivado em todo o Estado. Além do autoabastecimento, as famílias rurais também usam o tubérculo para alimentação animal, venda in natura e processamento agroindustrial.