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Plantio direto é solução para conservar o solo e aumentar produtividade
Rede Asbraer promove capacitações e incentiva a adoção da técnica entre agricultores familiares
23/10/2025 | Assessoria de Comunicação - Asbraer | Ana Karoliny Barros
Foto: Epagri/SC
O solo é a base da produção de alimentos e, por isso, um dos recursos mais degradados pela ação humana. Nesta quinta-feira (23), celebra-se o Dia Nacional do Plantio Direto. Instituído pela Lei 14.609/23, a data conscientiza sobre a importância de conservar o solo e produzir de forma sustentável. Com a atuação da Ater Pública e da Pesquisa Agropecuária, essa técnica vem sendo cada vez mais disseminada e executada pelos agricultores familiares.
O Sistema de Plantio Direto (SPD) é uma das principais ferramentas para conciliar alta produtividade e sustentabilidade ambiental. A técnica consiste em cultivar sem revolver o solo, mantendo a palhada e a cobertura vegetal, o que protege o terreno da erosão, conserva a umidade e melhora a fertilidade natural. O SPD permite a rotação e a diversificação de cultura, ajudando a manter a saúde do solo.
No Oeste catarinense, a Epagri desenvolve um projeto-piloto de Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH) para autoconsumo na propriedade do casal Luiz Carlos de Paula e Cecília Neckel de Paula, em Planalto Alegre. A iniciativa envolve o plantio de hortaliças e grãos em uma área de menos de um hectare, com etapas planejadas e executadas junto aos extensionistas da empresa.
Antes do cultivo, o solo passou por correção e semeadura de plantas de cobertura, conhecidas como adubos verdes. Em setembro, o casal realizou, com apoio técnico, o acamamento das plantas, uma prática que consiste em deitar a vegetação, sem cortá-la, formando uma camada protetora sobre o solo. Essa cobertura reduz a incidência solar direta, diminui a erosão e aumenta a infiltração de água e o fluxo de oxigênio, fatores que favorecem a ciclagem de nutrientes no solo.
O sistema permite que as plantas de cobertura convivam com o cultivo principal, equilibrando o ambiente e enriquecendo o solo. No projeto, dez variedades de culturas, entre grãos e hortaliças como couve, tomate, feijão, abóbora, milho e mandioca, foram plantadas em quatro talhões, com rotação planejada e uso de biofertilizantes produzidos na própria propriedade.
O projeto é também um espaço de aprendizado coletivo. Agricultores de Planalto Alegre e de municípios vizinhos participam de mutirões, trocam conhecimentos e fortalecem o grupo de agroecologia Verde Alegre, formado em 2017. A Epagri, com seus extensionistas e pesquisadores, leva ciência, tecnologia e orientação aos agricultores, promovendo sustentabilidade e economia na produção de alimentos.
Em Minas Gerais, a Emater-MG reforça a importância da Ater na adoção do plantio direto como estratégia para enfrentar as mudanças climáticas e garantir rentabilidade.
“Solos compactados trazem raízes pouco desenvolvidas, que sentem muito mais o efeito da falta de chuvas. Em todo cultivo, o produtor tem que se preocupar com o solo, que não é só uma base para a sustentação física da planta. A sustentabilidade do planeta depende de termos solos vivos, rico em microrganismos e matéria orgânica. Além da baixa produção, quando há perda de solo, temos problemas ainda com os recursos hídricos, pois o solo vai assorear córregos e rios”, alerta o coordenador estadual de Culturas da Emater, Sérgio Brás Regina.
Ele destaca que a assistência técnica é decisiva para o sucesso da safra. “Sem assistência técnica, o agricultor tem uma produtividade menor e fica à mercê de vendedores, que estimulam a aquisição de produtos desnecessários. Com assistência técnica, o produtor parte para uma análise e correção do solo, usa sementes e insumos adequados e convive melhor com as questões climáticas, correndo menos riscos”.
A Emater-MG recomenda que os produtores façam análises químicas, físicas e biológicas do solo e adotem práticas conservacionistas, como o plantio direto e o uso de plantas de cobertura.
Em todo o Brasil, as 31 associadas da Asbraer mostram aos agricultores familiares que é possível produzir mais, degradar menos e ofertar alimentos de qualidade. A Ater Pública e a Pesquisa Agropecuária são a ponte entre o conhecimento e a prática, promovendo inovação, produtividade, sustentabilidade e segurança alimentar.