REDE DE NOTÍCIAS
NOTÍCIA
Como o Compost Barn transformou a produção de leite na chácara de Kátia Rivani
Com o manejo, aumentou em 60% a produção de leite, reduziu drasticamente os casos de mastite e praticamente eliminou os carrapatos do rebanho
05/11/2025 | Assessoria de comunicação - Agraer
Reprodução - AGRAER
O segredo para crescer no campo está na combinação entre dedicação e inovação. Kátia Rivani transformou a rotina de sua propriedade, em Glória de Dourados, ao adotar o sistema Compost Barn, unindo bem-estar animal, sanidade e alta produtividade. Com o manejo, aumentou em 60% a produção de leite, reduziu drasticamente os casos de mastite e praticamente eliminou os carrapatos do rebanho.
Fruto de uma busca constante por conhecimento, Kátia conheceu o sistema em 2021, após a sugestão de um veterinário que acompanhava sua produção. “Nós enfrentávamos muita dificuldade com carrapatos e estresse térmico. Ele começou a nos incentivar a pesquisar sobre o sistema. Buscamos informações, assistimos vídeos e resolvemos tentar”, relatou a produtora.
O Compost Barn é um tipo de curral moderno feito para dar mais conforto às vacas. Em vez de ficarem no barro ou no pasto quente, elas descansam em um galpão coberto, com chão de maravalha ou serragem bem fofinha, como se fosse uma “cama”, que é mexida todos os dias para ficar seca e limpa. Além disso, há ventiladores e água para refrescar os animais. Em algumas fazendas — não é o caso de Kátia — até músicas calmas tocam no fundo, deixando o ambiente mais tranquilo.
“Antes nós tínhamos o gado a pasto semiconfinado, no piqueteado rotativo”, explicou a produtora. O método anterior não era mais adequado às necessidades de Kátia e, depois da mudança, ela conta que as melhorias foram além de tratar o principal problema, que era a incidência de carrapatos. “A longevidade e a prenhez do gado melhoraram muito, o carrapato a gente praticamente zerou e a mastite melhorou também. A lucratividade aumentou e o conforto para nós também.”
A produtora coleciona premiações pela técnica e conta que a Agraer ajudou muito no direcionamento para os concursos da produção leiteira. Em Caarapó, a conquista veio em primeiro e segundo lugar no estadual, tanto no Holandês quanto no Girolando. Já na cidade-sede do 2º TecLeite, a premiação veio com o terceiro lugar.

Kátia explica que o Compost Barn aumentou expressivamente sua produtividade, diminuindo o estresse e o aparecimento de carrapatos, melhorando também o casco do gado. “Ficamos muito contentes, foi gratificante olhar e ver as nossas vacas bem, confortáveis e com um aumento muito expressivo”, relatou.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) em Glória de Dourados, Cristian Carlos Felippi, o sistema chegou a Mato Grosso do Sul em 2018. Naquele ano, a instituição organizou, em parceria com a Sevala, uma excursão com alguns produtores para conhecer o Compost Barn no interior do Paraná.
“O segredo é a cama. Bactérias nocivas e outros patógenos são degradados, eles não sobrevivem a esse ambiente quente. As bactérias que fazem a fermentação acabam eliminando as nocivas e os carrapatos. Então fica um ambiente de alta sanidade.”
Cristian conta que o ambiente não fica quente demais para os animais, pois o sistema de ventilação esfria o calor gerado pela fermentação e refrigera os animais. O gado tem acesso a tudo o que precisa para a produção leiteira, com o mínimo de estresse e desgaste possível. A alimentação é fornecida em uma pista onde os animais têm acesso à nebulização com água e ventilação durante o aquecimento resultante da alimentação. Assim, eles comem o quanto precisam sem a necessidade de sair para se refrescar.
O Compost Barn se destaca como um sistema completo, onde os animais podem expressar todo o seu potencial de produção, já que estão em um ambiente de muito bem-estar. “Tem uma cama limpa, sem doenças, uma alimentação balanceada e um clima agradável, para que eles não precisem gastar energia”, explicou o engenheiro agrônomo. A sala de ordenha também fica próxima, reduzindo ainda mais o gasto energético.

O técnico ainda conta sobre mais uma melhoria proporcionada à produção de Kátia: o uso de DDGs na alimentação. O subproduto do milho está sendo balanceado em uma ração para um lote de animais da produtora. O teste visa suprir ou substituir parte da ração pelo DDG. “Nós conseguimos baratear o custo dela com o DDG, orientando-a a dividir em lotes e balanceando a ração por lote. Ela vai conseguir diminuir seu custo de produção e, assim, ter uma vantagem econômica”, explicou o técnico. O uso de DDGs também foi tema da terceira Estação do TecLeite no período da manhã.
Durante o 2º TecLeite, a propriedade de Kátia recebeu participantes de várias regiões do Estado, que puderam conhecer de perto os resultados do Compost Barn e trocar experiências com a produtora. “Achei muito interessante a fazenda: o trato, o jeito de trabalhar e, principalmente, a docilidade dos animais. Geralmente, em outros currais, eles estranham as pessoas, mas aqui estão bem tratados, com foco no bem-estar. A explicação da proprietária foi excelente porque mostrou o convívio direto com o gado, o tratamento dedicado e a qualidade da pastagem”, relatou um dos visitantes.
Outro participante, Jorge Henrique Gonçalves Flores, destacou que o aprendizado o inspira a diversificar a produção. “Estou elaborando um projeto para iniciar na pecuária leiteira. Hoje trabalho com horticultura, mas quero começar outra atividade. Em Maracaju, na comunidade quilombola onde moro, temos uma área de 300 hectares para trabalhar, com 67 famílias. Cada uma tem entre 10 e 20 hectares.”
Para Odinilson dos Santos Oliveira, a visita reforçou o desejo de investir mais no setor. “A organização da fazenda aqui é muito boa, deu gosto de ver. Minha família sempre esteve ligada à produção de leite, desde a minha infância. Contudo, iniciei de fato há cerca de quatro anos, quando comprei os primeiros animais. Comecei com a raça holandesa e agora estou fazendo a transição para o girolando por causa da mastite. Quero formar um rebanho misto, está faltando apenas o investimento.”
A Agraer está presente em todos os cantos de Mato Grosso do Sul ao lado de quem faz o campo acontecer. Nosso compromisso é fortalecer a produção sustentável, unindo conhecimento, tecnologia e tradição para que cada propriedade cresça com equilíbrio e rentabilidade. Se você busca aprimorar e agregar valor à sua produção, ou dar novos passos na sua agroindústria, procure nosso escritório em seu município. Estamos prontos para caminhar com você, transformando desafios em oportunidades e ideias em resultados.




