Debates na 68ª AGO reforçam a urgência do Suater e cobram maior prioridade à Ater pública

No segundo dia de debates, assembleia destaca avanços, cobra continuidade dos investimentos conforme a PNATER e articula apoio para fortalecer o Suater no Congresso

26/11/2025 | Assessoria de Comunicação - Asbraer | Ana Karoliny Barros

Mesa diretora da Asbraer e convidados durante a 68ª AGO | Foto: Ascom/Fiperj

O último dia de debates da 68ª Assembleia Geral Ordinária da Associação Brasileira das Entidades de Assistência Técnica e Extensão Rural, Pesquisa Agropecuária e Regularização Fundiária (Asbraer), realizada no Rio de Janeiro, foi marcado por discussões estratégicas sobre o Sistema Unificado de Assistência Técnica e Extensão Rural (Suater) e a articulação com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).

O encontro, promovido pela Asbraer em parceria com a Emater-Rio, a Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj) e a Secretaria de Desenvolvimento Regional do Interior, Pesca e Agricultura Familiar (SEDIPAF) com apoio da Secretaria de Agricultura, Pesca, Pecuária e Abastecimento do Rio de Janeiro (SEAPPA) e da Empresa de Pesquisa Agropecuária do estado (Pesagro-Rio), segue até o dia 28 com visitas técnicas nesta quinta (27) e sexta (28), consolidando uma agenda de fortalecimento da Ater Pública, Pesquisa Agropecuária e Regularização Fundiária.

O diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural (DATER/MDA), Marenilson Batista, apresentou um panorama da retomada dos investimentos federais na Ater Pública, destacando que os resultados começam a alcançar patamares expressivos após anos de baixa execução.

“Partimos de praticamente zero durante seis anos e, em dois anos, já aplicamos 49,8 milhões em investimento mais 30 milhões de custeio. São 80 milhões de recursos para a Ater pública. Isso muda completamente o cenário”, explica o diretor.

Ele também mencionou iniciativas digitais, como o Hub Ater Digital e o projeto eCampo. “Para se ter ideia, só o Hub do Leite teve 120 mil acessos. O digital é mais uma ferramenta que estamos disponibilizando.”

Marenilson reforçou a necessidade de indicadores do ministério para mostrar a execução das políticas públicas pela Ater Pública, como a emissão do Cadastro da Agricultura Familiar (CAF). 

Sobre o Suater, a expectativa é que o anúncio e encaminhamento do projeto de lei à Casa Civil seja feito pelo ministro do MDA, Paulo Teixeira, durante a Conferência Nacional de Ater, na próxima segunda-feira.

A coordenadora de Relações Institucionais da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Ater e da Pesquisa, do setor Público Agrícola do Brasil (Faser), Carla Simões, defendeu que o período pré-eleitoral abre uma janela importante de articulação no Congresso. “Nada impede que articulemos com parlamentares”.

A federação, junto à Asbraer, pretende mobilizar suas filiadas em todas as regiões para um trabalho direto com deputados e senadores, a partir de um plano estruturado de mapeamento e visitas às lideranças.

O presidente da Asbraer, Otávio Maia, destacou que os debates sobre o Suater precisam considerar a centralidade da Ater pública nas políticas do MDA. Ele lembrou que, quando foi divulgado o acordo de cooperação entre o ministério e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), “os movimentos sociais do Brasil inteiro nos procuraram”, preocupados com a priorização de entidades privadas em detrimento da Ater pública governamental, conforme determina a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária (PNATER).

“Nos últimos três anos, menos de 10% dos recursos aplicados pela Anater foram destinados à Ater pública. A gente acredita muito na promessa, mas precisamos que ela se concretize”, complementou Maia, lembrando os dados do relatório de investimentos apresentados pela Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) em agosto deste ano.

Visitas técnicas

Nesta quinta e sexta-feira (27 e 28), a comitiva da 68ª AGO da Asbraer terá a oportunidade de realizar visitas técnicas e conhecer a inovação do campo fluminense com experiências de turismo rural, produção de maricultura e sustentabilidade na região costeira.

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